O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal causador de em crianças pequenas, causando mais de 75% dos quadros de bronquiolite e cerca de 50% das pneumonias nessa idade.
Extremamente comum, praticamente todas as crianças serão infectadas nos primeiros dois anos de vida, com grande impacto individual e enorme sobrecarga para o sistema de saúde, como elevado número de consultas, visitas a serviços de emergência, hospitalizações, uso de antibióticos entre tantas outras intervenções. Para além do impacto no curto prazo, as infecções pelo VSR são associadas com chiado recorrente, sibilância e asma, aumentando os cuidados com a saúde nos anos seguintes à infecção.
Bebês prematuros, com doença cardíaca ou pulmonar são os grupos mais vulneráveis a de desenvolverem as formas mais graves da doença.
Apresenta distribuição universal, porém, países de baixa e média renda, como o Brasil, concentram a quase totalidade das mortes relacionadas ao vírus.
Embora apresentasse uma sazonalidade razoavelmente marcada no período pré-pandêmico, nos últimos anos temos observado uma grande desorganização dos períodos de maior circulação nas diferentes regiões do país. Em 2023, vários estados e regiões brasileiras enfrentaram surtos e elevação de casos de doença respiratória causadas pelo VSR nas mais diferentes épocas do ano.
Dados dos últimos Boletins Infogripe mostram uma elevação de casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causadas pelo VSR.
Não há um tratamento específico contra o vírus e a imunização de grupos prioritários com anticorpo monoclonal específico (palivizumabe), disponível para bebês elegíveis no SUS e na saúde suplementar, é a principal forma de prevenção.
O palivizumabe está disponível pelo SUS a partir do período neonatal, para crianças ainda hospitalizadas ou pós-alta hospitalar, conforme os critérios de indicação normatizados em portaria, totalizando a administração intramuscular de no máximo 5 doses com intervalo de 30 dias, durante a sazonalidade regional do VSR para os seguintes grupos:
Prematuros nascidos com menos de 29 semanas de idade gestacional no primeiro ano de vida; Recém-nascidos portadores de doença pulmonar crônica da prematuridade ou cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica até o segundo ano de vida.
A SBP recomenda a ampliação dos grupos elegíveis para a profilaxia com palivizumabe incluindo crianças que nasceram com idade gestacional entre 29 e 31 semanas e 6 dias de idade gestacional nos seus primeiros 6 meses de vida se na sazonalidade. Essa recomendação está fundamentada no documento “Diretrizes para o manejo da infecção causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR)”, 2017. Existem estudos que apresentam evidências de que esse grupo de crianças estão vulneráveis para o desenvolvimento de formas graves da infecção com benefício na profilaxia da infecção.
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